sexta-feira, 6 de abril de 2012

memória epigráfica do amor (i)


registo do amor que para sempre guardo
em meu peito,
és memória epigráfica
do que foi ou poderia ter sido.

cruzo-me contigo na calçada do caminho,
nem sei mais por onde ando.
recordo o beijo dado ao vento
naquela perturbadora tarde
em que para sempre te guardei no peito,
doce ternura aconchegada.

entreabertos, sussurrantes lábios vermelhos, carnudos,
prometem como se não existira mais mundo:
Tua. sou Tua. apenas Tua.

subsiste ainda hoje, em mim, a luz fotográfica
daquele teu olhar amendoado,
vivo, ameninado,
saudade eterna da promessa feita de que para sempre
guardarei em meu peito
o teu amor
de mulher apaixonada.

memória do amor,
guardo-te no peito eternamente epigrafada.


Imagem: blogue Diário de um Rockeiro.

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