a escrita é uma forma de partilha, talvez mesmo até uma forma de demonstrar o amor.
por nós mesmos, pelos que nos são próximos, pelo mundo em geral.
não que creia alguma vez vir a ganhar um nobel!... mas, e se ganhasse? sempre ficaria com a barriguita um pouco mais inchada, o peito também, talvez até o nariz se levantasse um pouco mais por força do jeito entretanto ganho no pescoço. além disso poderia sempre debitar opiniões que fossem ouvidas, ainda que sob reservas.
assim, limito-me a engrossar as listas daqueles para quem o voto é pouco mais que o único processo democrático acessível. acrescente-se-lhe a palavra.
que digo eu aqui?
ninguém me ouvirá, certamente!... e ainda que o faça talvez pense:
"olha-me este patarata, pa-ta-ti, pa-ta-ta, pr' aqui a abrir a boca, de boca cheia, e eu aqui a ouvi-lo como se nada mais tivesse para fazer!
já agora deixa-me dar uma vista de olhos aqui no site ao lado, aquele... não! um daqueles, melhor dizendo, afinal são aos molhinhos, em que me entretenho e iludo preparando a noite side-by-side with my wife. por este andar, ainda que em sonhos, ela trai-me com o johnny depp, mas que se lixe, o que me interessa é que ela acorde bem disposta, viva feliz e me aceite o johnny bigode quando me deitar ao seu lado.
ou então..."
não interessa, ou pelo menos, de momento, interessa pouco.
testo a corrosiva acidez do limão na cerveja, a suavidade do corpo da minha mulher e a delicadeza bruta da escrita.
muita coisa, muita acção para uma só noite. mastigo a língua em branco, reviro os olhos à procura da palavra, sinto que poderia passar aqui uma vida.
a teclar.
a pôr em comum.
a partilhar.
até amanhã!!!...
... "vai-te lá embora! esquece essa merda das despedidas, pá! já chega!!!... amanhã também é dia e nem penses em dizer-me "até amanhã, camarada!" ou, vais ver, ainda ficas com um olho negro, pá! ouviste bem!?"
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