sexta-feira, 6 de abril de 2012

as memórias que guardamos no peito

canto as memórias 
que guardo no peito;
elas fazem parte de nós.

canto abençoados dias e alegres horas,
noites límpidas e obscuras auroras.

canto serenas e sem palavras 
certas manhãs de nevoeiro.
canto a luz do despertar
ao som de primaveris chilreios
marcada pela vagarosa cadência dos passos,
sempre igual e ritmada.

canto, canto, canto!

canto o amor e canto a paixão.
canto teus fogosos beijos 
dourados com o coração.

canto com deleite palavras de fogo,
incendiárias sílabas nas mãos de quem as recebeu.

canto as tardes à beira-rio
plenas de estroinices e risadas.
canto também o mundo
cheio de cenas maradas.

canto terramotos acontecidos em noites perdidas
ou em noites cuja história não tem valor.

canto a música rebelde que ouvia 
- the world on you depends -.

canto o teu abraço, amigo,
quando, sem forças, fiquei estendido.

canto, canto, canto!

canto a morte e canto a vida,
canto o tudo e canto o nada,
canto contigo a memória
que guardo no peito até um dia.

Sem comentários:

Enviar um comentário