canto as memórias
que guardo no peito;
elas fazem parte de nós.
canto abençoados dias e alegres horas,
noites límpidas e obscuras auroras.
canto serenas e sem palavras
certas manhãs de nevoeiro.
canto a luz do despertar
ao som de primaveris chilreios
marcada pela vagarosa cadência dos passos,
sempre igual e ritmada.
canto, canto, canto!
canto o amor e canto a paixão.
canto teus fogosos beijos
dourados com o coração.
canto com deleite palavras de fogo,
incendiárias sílabas nas mãos de quem as
recebeu.
canto as tardes à beira-rio
plenas de estroinices e risadas.
canto também o mundo
cheio de cenas maradas.
canto terramotos acontecidos em noites perdidas
ou em noites cuja história não tem valor.
canto a música rebelde que ouvia
- the world on you depends -.
canto o teu abraço, amigo,
quando, sem forças, fiquei estendido.
canto, canto, canto!
canto a morte e canto a vida,
canto o tudo e canto o nada,
canto contigo a memória
que guardo no peito até um dia.
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