quinta-feira, 5 de abril de 2012

e se as tuas palavras forem as minhas...


quando as tuas palavras são as minhas
o som do silêncio enche o quarto do amor.
falam, apenas, teus lábios entreabertos
em espera, pausada, da minha língua?

não! estou certo que não.

tuas mãos largam também palavras
ao ritmo do som de poderosas sílabas
antes nem sequer imaginadas;

teu peito... teu peito enche-se
de gemidos e gritos incendiários
impossíveis de controlar;

tuas ancas dançam um diabólico bailado
semelhante ao do vento,
perdido, mas sempre encontrado,
quando, em qualquer lugar,
a calmaria se faz sentir;

são também assim teus olhos -
silenciosos companheiros da madrugada.

beija-me.
é a voz dos meus lábios entreabertos
em espera, desejada, da tua língua.

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